Nos últimos anos, o Brasil tem experimentado um crescimento exponencial no setor de tecnologia da informação e comunicação, e essa tendência parece estar longe de desacelerar. Com o avanço da transformação digital em empresas de todos os tamanhos e setores, a demanda por profissionais está atingindo níveis jamais imaginados. No entanto, uma preocupação urgente vem à tona, a necessidade de profissionais pode acabar sendo muito maior do que o número de pessoas disponíveis nesse campo.
Desde que a revolução tecnológica começou e dispositivos como computador, tablets, celulares, etc. passaram a fazer parte do nosso dia-a-dia, as empresas começaram a serem moldadas de acordo com essas inovações, que hoje regem não só o ambiente profissional, mas também a forma com que interagimos em sociedade.
Para entender melhor esse déficit iminente, é crucial examinar as principais razões por trás desse desequilíbrio entre a oferta e a demanda e os números levantados pela equipe de pesquisa e tecnologia da e-Safer, sempre atualizada e com informações sobre as tendências no mundo da tecnologia.
De onde vêm esses dados?
O Google for Startups é um programa lançado em 2011 com mais de 50 espaços de coworking e aceleradores em 125 países. Ele oferece aulas práticas para aspirantes a empreendedores, com técnicas, sessões individuais e sprints para que eles possam aprender como fazerem seus negócios crescerem e se desenvolver. Esse programa fez um levantamento sobre a escassez no mercado de TI, e aponta que a falta de diversidade e a ausência de talentos com perfil sênior são alguns dos fatores principais que têm impactado o setor.
O Google divulgou no fim do mês de maio de 2023 um estudo em que mostra os principais desafios do mercado de tecnologia da informação (TI) no Brasil. Segundo a empresa, o país terá um déficit de 530 mil profissionais da área até 2025.
Esse relatório, produzido em parceria com a Associação Brasileira de Startups (Abstartups), aponta que, anualmente, 53 mil profissionais irão se formar entre 2021 e 2025, mas a demanda por novos talentos nesse período será de 800 mil, segundo a associação das empresas de tecnologia, a Brasscom.
“O resultado é um déficit de 530 mil profissionais, evidenciando ainda mais o desequilíbrio entre oferta de trabalho e talentos disponíveis“, diz o Google. “A falta de habilidades digitais do Brasil o coloca na terceira posição entre os países do G20 que mais desperdiçam a oportunidade de aumentar o PIB”.
Nesse caso, além da alta concorrência que teremos para alguns tipos de vagas dentro de tecnologia, ainda faltarão pessoas para ocupar cargos na área, especialmente porque muitos dos jovens que irão se formar até 2025 ainda não possuem experiência para ocuparem cargos sênior ou com mais responsabilidades dentro da equipe.
O levantamento também mostra que 92% das startups participantes do estudo acreditam que faltam profissionais de tecnologia no Brasil e que isso gera impacto na inovação de seus negócios, podendo até prejudicar a sobrevivência das empresas e impactar no crescimento do país para se estabelecer na área de TI mundial.
Quais os motivos para essa escassez?
Para entender melhor como podemos tentar combater esse problema, nada mais justo do que olhar para os motivos que estão causando essa escassez. Também durante o levantamento de dados para a pesquisa publicada, o Google ouviu a opinião de executivos e profissionais da área que trabalham em startups. Juntos, eles listaram alguns dos motivos que geram a escassez de mão de obra qualificada no setor. Confira:
- Barreiras para inclusão no mercado de trabalho: Apesar de já termos evoluído em muitas áreas, ainda existem grandes barreiras para a contratação de pessoas negras e mulheres no mercado de tecnologia, que continuam sendo a minoria. Muitas dessas pessoas são qualificadas mas, mesmo assim, não conseguem um cargo a altura ou alguma oportunidade dentro da área de tecnologia.
- Desenvolvimento dos profissionais: O desenvolvimento dos profissionais de TI sempre começa no ensino básico. O pensamento lógico ainda não é tão priorizado quanto deveria, e é um dos princípios para se trabalhar com tecnologia. Além disso, o mercado atual não tem como prioridade desenvolver profissionais e torná-los sênior, pois há uma grande rotatividade de pessoas pelas mais diversas empresas de TI. Isso prejudica tanto o profissional quanto a própria empresa, que sempre tem funcionários em período de adaptação.
- Dificuldade de conseguir o primeiro emprego: todos sabemos o quanto é difícil conseguir um emprego assim que você sai da faculdade. Muitas vagas pedem algum tipo de experiência, ou às vezes anos de experiência, apesar de serem vagas de entrada. Na TI, por se tratar de vagas com uma linguagem de programação ou conhecimento técnico específico, pode exigir alguns requisitos prévios, mas eles deveriam ter relação com o perfil dos estudantes em começo de carreira.
- Distância dos grandes centros do país: somos um país grande, mas os grandes centros de tecnologia e a concentração das empresas ainda estão no eixo São Paulo – Rio de Janeiro. É difícil encontrar vagas ou trabalhar em grandes empresas de tecnologia sem que você esteja presente em alguma dessas cidades. Claro que, com a popularização do trabalho remoto, essas possibilidades se abriram mais, e algumas pessoas puderam até voltar para suas cidades natais. Mas ainda estamos longe do ideal, pois muitos estados ainda possuem dificuldade de receber tecnologia inicial.
- Ofertas internacionais: apesar de existirem condições atrativas no mercado nacional, ainda é muito mais atrativo para os trabalhadores da área conseguirem vagas no exterior. Além de acabarem sendo menos exigentes, eles recebem em dólar ou em euro, o que se torna muito mais lucrativo em comparação com o salário oferecido pelas empresas nacionais.
Segundo o estudo, as áreas que apresentam os maiores déficits globais de talentos são: Segurança da Informação, Inteligência Artificial, Arquitetura de Nuvem, Organização e Automação de TI.
Para André Barrence, diretor do Google for Startups para a América Latina, “são muitas vagas e poucos profissionais qualificados para atender às atuais necessidades do mercado”. Primeiramente, a rápida evolução das tecnologias e a necessidade de atualização constante de habilidades tornam o setor de tecnologia altamente dinâmico, o que faz com que seja difícil para os profissionais acompanharem.
Para facilitar um pouco mais a vida do profissional de TI, a e-Safer está sempre comprometida em trazer atualizações e novidades do mundo de tecnologia. Nossos profissionais são qualificados e buscam sempre compartilhar o conhecimento, para que os profissionais mais novos também consigam entrar no mercado de trabalho. Esse é um assunto que interessa muitas startups, mas também deve ser tratado com cuidado em grandes e médias empresas, pois pode ser o foco de muitos profissionais recém formados.
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